O LUGAR DA LITERATURA MONÁSTICA FEMININA NO CÂNONE BARROCO PORTUGUÊS

Authors

  • Cristina PETRESCU Faculade de Letras da Universidade Babeș-Bolyai. Email: cristina.moraru@ubbcluj.ro

DOI:

https://doi.org/10.24193/subbphilo.2021.4.14

Keywords:

monastic, literature, feminine, canon, Baroque

Abstract

Women’s Monastic Writing within the Portuguese Baroque Canon. This article aims to approach Portuguese female monastic literature of the seventeenth and eighteenth centuries in terms of its relationship with the Baroque literary canon. Shaped at the border that separates voice and silence, the visible and the spiritual universe, the cult of moderation and the desire to assert, this literature outlined a new type of discourse, which hinted at the intense conflict between suppression and authority, which, in turn, gave rise to a permanent dialogue between the feminine ethos, the controversial character of the Baroque and the always oscillating essence of the canon. We will show, that, during the last centuries, the works of some famous female writers, such as Sóror Maria do Céu, Sóror Violante do Céu and Sóror Madalena da Glória, or of other female authors who remained in the shadows, have been differently and unequally absorbed by literary critics and historians and by great anthologists. Their writings have not ceased to be represented as preferential places of dispute, of the uninterrupted dialogue between silence and affirmation, between center and margin, which generally regulates the literary canon.

REZUMAT. Literatura monastică feminină în cadrul canonului baroc portughez. Acest articol își propune să abordeze literatură monastică feminină portugheză a secolelor XVII-XVIII prin prisma relației cu canonul literar baroc. Plăsmuită la granița dintre glas și tăcere, dintre universul vizibil și cel spiritual, dintre cultul moderației și dorința de afirmare, această literatură a conturat un nou tip de discurs, ce a lăsat să se întrevadă intensul conflict dintre suprimare și autoritate care, la rândul său, a dat naștere unui permanent dialog între ethosul feminin, caracterul controversat al barocului și esența mereu oscilantă a canonului. Vom arăta că, pe parcursul ultimelor secole, operele unor scriitoare de renume, ca Sóror Maria do Céu, Sóror Violante do Céu și Sóror Madalena da Glória, sau ale unor autoare ce au rămas în umbră, au fost absorbite în mod diferit și inegal de criticii și istoricii literari și de marii antologiști. Scrierile lor nu au încetat și vor continua, cel mai probabil, să fie reprezentate ca locuri preferențiale ale disputei, ale neîntreruptului dialog dintre tăcere și afirmare, dintre centru și margine, ce reglementează, în genere, canonul literar.

Cuvinte-cheie: monastic, literatură, feminin, canon, baroc

Author Biography

Cristina PETRESCU, Faculade de Letras da Universidade Babeș-Bolyai. Email: cristina.moraru@ubbcluj.ro

Cristina Petrescu é professora colaboradora na Universidade Babeș-Bolyai no Departamento de Línguas e Literaturas Românicas. Doutora em Filologia pela Faculade de Letras da Universidade Babeș-Bolyai, com uma tese sobre o jazz na literatura. Área de interesse: literatura portuguesa e brasileira, tradução literária do português para o romeno. Email: cristina.moraru@ubbcluj.ro

References

Aguiar e Silva, Vítor Manuel. 1971. Maneirismo e Barroco na poesia lírica portuguesa. Coimbra: Centro de Estudos Românicos.

Alves, Hélio J.S. 2020. “Barroco”. In O Cânone, editado por António M. Feijó, João R. Figueiredo e Miguel Tamen. 125-33. Lisboa: Tinta da China.

Bellini, Ligia. 2006/2007. “Vida monástica e práticas da escrita entre mulheres em Portugal no Antigo Regime”. In Campus Social, 3/4: 209-18.

Bloom, Harold. 2010. O Cânone ocidental. Tradução de Marcos Santarrita. Rio de Janeiro: Objetiva.

Camões, Luís de. 1972. “Busque amor novas artes, novo engenho”. In Sonetos. Porto: Livraria Soares Martins.

Carneiro, Maria Isabel Barbeito. 2007. Mujeres y Literatura del Siglo de Oro. Espacios Profanos e Espacios Conventuales. Madrid: SAFEKAT.

Ciorănescu, Alexandru. 1980. Barocul sau descoperirea dramei. Cluj-Napoca: Editura Dacia.

Compagnon, Antoine. 2003. O demônio da teoria: literatura e senso comum. Tradução de Cleonice Paes Barreto Mourão. Belo Horizonte: UFMG.

Correia, Natália (org.). 1982. Antologia da poesia do período barroco. Lisboa: Moraes Editores.

Duarte, João Ferreira, s.v. “Cânone”. In E-Dicionário de termos literários, coord. de Carlos Ceia. Disponível online, <https://edtl.fcsh.unl.pt/encyclopedia/canone/> [último acesso em 14/02/2021].

Duarte, Marta Marecos. 2016. “A poesia barroca nos manuais e antologias escolares: descentrar o cânone?” Revista de Estudos Literários, 6: 401-21.

Feijó, António M. 2020. “Cânone 1”. In O cânone, editado por António M. Feijó, João R. Figueiredo e Miguel Tamen. 11-5. Lisboa: Tinta da China.

Ferreira, Maria do Céu de Sousa. 2012. “«Desde el Parnaso os escrivo»: Cartas de uma Monja Escritora. Edição e Análise da Correspondência Manuscrita de Sóror Maria do Céu à Duquesa de Medinaceli”, Dissertação de Mestrado, Universidade do Porto.

Figueiredo, João R. 2020. “Cânone 3”. In O cânone, editado por António M. Feijó, João R. Figueiredo e Miguel Tamen. 173-92. Lisboa: Tinta da China.

Hatherly, Ana. 1995. A casa das musas. Lisboa: Editorial Estampa.

Hatherly, Ana. 1996. “Tomar a palavra. Aspectos de vida da mulher na sociedade barroca”. Revista da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, n.º 9: 269-80.

Kermode, Frank. 1993. Apetite pela poesia. Tradução de Sebastião Uchoa Leite. São Paulo: Edusp.

Klobucka, Anna M. 2020. “Cânone 2”. O cânone, editado por António M. Feijó, João R. Figueiredo e Miguel Tamen. 165-71. Lisboa: Tinta da China.

Kothe, Flávio R. 1997. O cânone colonial: ensaio. Brasília: Editora da Universidade de Brasília.

Machado, Alleid Ribeiro. 2017. “Letras femininas: mulheres escritoras em Portugal entre os séculos XVI/XVII e XVIII.”Revista Crioula, n.º 20: 42-75.

Meireles, Cecília. 1977. “Equilibrista”. In Poemas em tradução/Poems in translation. Washington, D.C.: Brazilian-American Cultural Institute, 122.

Melo, D. Francisco Manuel de. 2020. Carta de guia de casados. Oeiras: Edições Verbi Gratia.

Morujão, Isabel. 2011. “Entre a voz e o silêncio: literatura e espiritualidade nos mosteiros femininos.” Rever, 1 (jan/jun): 35-54.

Morujão, Isabel. 2013. Por trás da grade: poesia conventual feminina em Portugal. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda.

Murray, Roseana. 1995. “Procura-se um equilibrista”. In Classificados poéticos. Belo Horizonte: Minguilim, 9.

Pires, Maria Lucília Gonçalves (org.).1985. Poetas do período barroco. Lisboa: Editorial Comunicação.

Régnier-Bohler, Danielle. 1993. “Vozes literárias, vozes místicas”. In História das mulheres no Ocidente, vol. II, coordenação de Geroges Duby e Michelle Perrot. Porto: Edições Afrontamento.

Reis, Roberto. 1992. “Cânon”. In José Luís Jobim. Palavras da crítica, 65-92. Rio de Janeiro: Imago.

Rodrigues, Graça Almeida. 1980. Breve história da censura literária em Portugal. Lisboa: Instituto de Cultura e Língua Portuguesa.

Saraiva, António José e Óscar Lopes. 1976. História da literatura portuguesa. Porto: Porto Editora.

Sousa, Sobreira Moizeis de. 2018. “As ambiguidades do romance alegórico de Sóror Maria do Céu”. In Narrativas de mulheres em língua portuguesa, organizado por Moizeis Sobreira Fabio Mario da Silva e Ezilda Maciel da Silva, 27-45. Lisboa: CLEPUL.

Tamen, Miguel. 2020. “Cânone 4”. In O cânone, editado por António M. Feijó, João R. Figueiredo e Miguel Tamen. 523-26. Lisboa: Tinta da China.

Downloads

Published

2021-12-15

How to Cite

PETRESCU, C. (2021). O LUGAR DA LITERATURA MONÁSTICA FEMININA NO CÂNONE BARROCO PORTUGUÊS. Studia Universitatis Babeș-Bolyai Philologia, 66(4), 211–222. https://doi.org/10.24193/subbphilo.2021.4.14

Issue

Section

Articles